Este artigo busca investigar a atuação do coverage morfofonológico sobre a extensibilidade de construções gramaticais para novos usos. Em poucas palavras, o coverage é entendido como o espaço categorial que inclui os usos já atestados para uma dada construção e os usos inovadores. Tomamos como ponto de partida o estudo de Suttle e Goldberg (2011), que atesta a relevância do coverage semântico pela combinação de efeitos de frequência de tipo e de variabilidade e similaridade semânticas. Neste estudo, porém, buscamos investigar se ocorre efeito de “coverage” associado às propriedades morfofonológicas dos itens. Para isso, desenvolvemos uma adaptação do experimento original, na qual foram incluídos verbos pertencentes às três conjugações verbais do português. Em síntese, o que os resultados demonstram é que, assim como o coverage semântico, também o coverage morfofonológico parece afetar a produtividade construcional.
This paper aims to investigate the role of the morphophonological coverage in the extensibility of grammatical constructions to novel usages. Coverage is understood as the categorial space that includes attested usages of a particular grammatical construction as well as innovative ones. We take as a starting point the study by Suttle e Goldberg (2011), which demonstrates the relevance of coverage due to the combination of type frequency, semantic variability and semantic similarity effects. In this study, we aim to investigate if there a coverage effect can also be found when morphophonological features are taken into account. In order to achieve this goal, a new version of the original experiment was developed, in which verbs belonging to the three Portuguese verbal conjugations were included. In summary, the results show that, just like semantic coverage, morphophonological coverage also seems to affect constructional productivity.