O Plano Nacional de Recursos HÃdricos foi aprovado em 2006
pelo Conselho Nacional de Recursos HÃdricos. Pela primeira vez o
Brasil tem um plano dessa natureza, com a peculiaridade de ter
incluÃdo um estudo prospectivo. Uma novidade, aparentemente, com
dois precedentes no mundo. O presente artigo descreve a
metodologia e o processo de criação dos cenários de recursos
hÃdricos do plano, construÃdos por meio de um conjunto de oficinas
regionais e nacionais que envolveram 235 participantes, e identifica
as variáveis, os atores e as incertezas crÃticas do sistema de recursos
hÃdricos no PaÃs. Desse conjunto de oficinas resultaram três cenários
de recursos hÃdricos para o Brasil 2020, os quais foram parcialmente
quantificados. Eles se transformaram na base do plano, a partir da
definição de uma estratégia robusta, formada pela recorrência de gargalos, potencialidades e conflitos na maioria dos cenários. Faltou,
porém, uma quantificação mais refinada e completa, baseada em um
modelo consistente, assim como uma focalização regional que
permitisse identificar os impactos de cada um dos três cenários em
cada uma das 12 regiões hidrográficas em que o PaÃs foi dividido.
Brazil’s National Plan for Water Resources was approved in
2006 by the National Council for Water Resources. This was the first
plan of its kind drafted in Brazil. Its most peculiar aspect is the
inclusion of a prospective study, a component to be found in only two
other similar national plans. This article describes the methodology
adopted and the process of constructing the plan’s water resources
scenarios. These scenarios were built on the basis of a set of regional
and national workshops, involving a total of 235 participants. They
identified the variables, the actors and the critical uncertainties related
to the country’s water resources. Three scenarios emerged, partly
quantified, valid for Brazil in 2020. They were used as the foundation
of the plan, as a consequence of the adoption of a robust strategy that
included the identification of recurrent bottlenecks, potentials and
conflicts in the scenarios. However, it is argued that a more refined
and complete quantification would have been required, based on a
consistent model. Another shortcoming discussed in the text is the
absence of a regional focus that would allow the identification of the
impacts of each of the three scenarios in each of the 12 hydrographic
regions into which the country was divided.