O teatro, por estar profundamente marcado por diálogos, é um importante espaço literário de confronto. Nesse sentido, o que discutimos neste artigo é em que medida o teatro brasileiro moderno coloca em cena o conflito entre negros e brancos, que se oculta por trás do mito da democracia racial. Para isso, analisamos as peças A Revolta da Cachaça, de Antonio Callado, e Arena conta: Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, a fim de mostrar como, de diferentes formas, os negros são colocados à margem não apenas nas montagens teatrais, mas até mesmo nos fatos históricos em que foram protagonistas.
Theater is an important literary space of confrontation, especially because of the structural role of dialogues. What we aim to discuss in this paper is the way Brazilian modern theater deals with the conflict between black and white people that persists despite of the celebrated myth of racial democracy. We analyze two pieces: A Revolta da cachaça, by Antonio Callado, and Arena conta: Zumbi, by Gianfrancesco Guarnieri and Augusto Boal, to show how black people is marginalized in different aesthetic ways, as well as being put apart from historical movements in which they were the protagonists.