Descrevo neste texto como se apresenta atualmente, a meu ver, a situação de interface entre a psicanálise de S. Freud e de J. Lacan e a semiótica europeia de A. J. Greimas. Centro a atenção em como a interface teve inícios, nos anos 1960, em decorrência da abertura da psicanálise, por Lacan, para o campo estruturalista da linguística de F. de Saussure, nos anos 1950. Registro alguns tópicos desenvolvidos na interface: (i) a questão do conceito de significante, por Lacan, com o intento de mais bem ajustá-lo frente ao sentido, significado, significação, efeitos de sentido; (ii) a questão do conceito de pulsão, na tentativa de melhor arranjo dos seus desdobramentos em patologias e nas paixões humanas, a desenhar um percurso gerativo da subjetividade inconsciente; (iii) o conceito freudiano de transferência, enfatizado por Lacan como sujeito-suposto-saber, e minha leitura dele, para ampliação de suas incidências, com o recurso da teoria semiótica das modalizações sintáxicas do discurso. A finalidade geral do texto não é outra senão evitar que a interface esmoreça, pois que imperativa, quando o que está em jogo é o desafio do melhor conhecimento possível sobre os difíceis meandros por onde flui a subjetividade humana
In this text I describe how I capture the interface between Freudian and Lacanian psychoanalyses and Greimassian semiotics nowadays. I focus on how this interface began in the 1960s due to Lacan’s opening towards Saussurean structural linguistics back in the 1950s. Here are some of the topics developed in this interface: (i) the Lacanian concept of signifier, in order to determine a suiting position for it among the related concepts of meaning, significance, and effects of meaning; (ii) the drive concept, in an attempt to better shape its developments both in psychopathologies and in human passions, so to draw a generative process of unconscious subjectivity; (iii) both the Freudian concept of transference and the Lacanian concept of subject-supposed-to-know. Hopefully my interpretation of them shall prove useful to expand its incidences by means of the semiotic modal theory. Above all the global purpose of this text is to prevent the interface from fading, acknowledging that what is at stake is the ever challenging task of understanding human subjectivity