Ao longo do seu desenvolvimento como ciência moderna, a psicologia realizou inserções sociais diversas, ora assumindo uma feição crÃtica e contestadora, ora assumindo posições e papeis conservadores, alinhados a forças dominantes e a poderes estabelecidos. Contudo, se em outros tempos era mais simples identificar tais posicionamentos polÃticos e funções sociais, hoje a complexidade do panorama sócio-polÃtico assim como dos conhecimentos cientÃficos e das práticas profissionais tornam essa tarefa bastante difÃcil, contudo necessária. O presente artigo se propõe a examinar os lugares e as funções sociais da psicologia, tentando compreendê-la no emaranhado das tramas sociais nas quais é envolvida e ajuda construir, muitas vezes, como protagonista principal. Para tanto, são realizadas análises de alianças e articulações recentes da psicologia com o Estado e suas polÃticas de governo, baseadas em autores e teorias que tratam criticamente das formas de constituição do sujeito e de produção de subjetividade.