O presente artigo aborda a potência dos usos, contra-usos e modos de habitar dos artistas de rua da Praça do Ferreira, na cidade de Fortaleza, Ceará. O trabalho apoia-se nos percursos e nas errâncias urbanas da vivência na e da Praça do Ferreira em diferentes temporalidades (diurna e noturna), especialmente no contexto de apresentações noturnas do Grupo As 10 Graças de Palhaçaria aos moradores da Praça. Através desses que têm a rua como casa, agem pelas brechas e proliferam-se pelas margens, proponho-me a perceber a potência da arte de rua, do encontro e da experiência de alteridade na Praça do Ferreira. Finalizo o texto apontando que esse local, assim ocupado, se impregna de significados outros e revela-se como um território de criação, de inventividade, de existência e resistência, portanto, de potência de vida que é, em si, potência política.