A QUADRATURA DO CÍRCULO NA FÍSICA DE ARISTÓTELES

Revista Ideação

Endereço:
Av. Transnordestina, s/n
Feira de Santana / BA
440369000
Site: http://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/index
Telefone: (75) 3161-8209
ISSN: 2359-6384
Editor Chefe: Laurenio Leite Sombra
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

A QUADRATURA DO CÍRCULO NA FÍSICA DE ARISTÓTELES

Ano: 2002 | Volume: 1 | Número: 10
Autores: Eduardo Chagas Oliveira
Autor Correspondente: OLIVEIRA, Eduardo Chagas | [email protected]

Palavras-chave: Aristóteles, Ciência, Física.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O exemplo da quadratura do círculo, proposta por
Antifonte, que encontramos no primeiro capítulo da Física de
Aristóteles, traz, nele mesmo, uma série de complexidades. Inicialmente
porque ele está inserido numa passagem tradicionalmente consagrada
ao tratamento da questão do devir. Em seguida, porque sua função, à
primeira vista, parece completamente desprovida de propósito. O
exemplo é bastante semelhante ao que aparece nas Refutações Sofísticas
e, esse destaque, demonstra não haver qualquer espécie de inediticidade
no mesmo. Entretanto, essa “coincidência” marca a necessidade latente,
para a qual desperta Aristóteles, de evidenciar a existência de formas
distintas de racionalidade. Cada uma delas possui o seu respectivo
âmbito de atuação e o seu método de investigação. Uma delas, de
competência do “cientista geral”, está alicerçada sob a égide de
“princípios comuns”, enquanto a outra, sob a competência dos
“cientistas particulares”, possui “princípios específicos” devidamente
relacionados com o seu objeto e campo de atuação. Dessa dicotomia
resulta o motivo pelo qual o geômetra fica impossibilitado de refutar
a teoria da quadratura proposta por Antifonte, e, por conseguinte,
compreende-se a inserção do intrigante exemplo naquele trecho da
Física. O presente texto visa, portanto, analisar alguns fragmentos da
obra aristotélica, com o intuito de agregar idéias capazes de sustentar
o argumento de que Aristóteles precisava mostrar as peculiaridades
atinentes a cada um dos tipos de racionalidade para salientar os aspectos
relativos à(s) ciência(s) particular(es), para a qual(is) importa(m) a questão
do devir, que é o objeto de tratamento específico do Livro I da Física.