QUANDO O DIABO NOS FAZ RIR: PARÓDIAS E TRANSMUTAÇÕES ARQUETÍPICAS DA SÉRIE LUCIFER

Mediação

Endereço:
Rua Cobre, 200 - Cruzeiro
Belo Horizonte / MG
30310-190
Site: http://www.fumec.br/revistas/mediacao
Telefone: (31) 3228-3099
ISSN: 1676-2827 (impressa); 2179-9571 (on-line)
Editor Chefe: Prof. Luiz Henrique Barbosa
Início Publicação: 01/10/2001
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Comunicação

QUANDO O DIABO NOS FAZ RIR: PARÓDIAS E TRANSMUTAÇÕES ARQUETÍPICAS DA SÉRIE LUCIFER

Ano: 2019 | Volume: 22 | Número: 29
Autores: Robéria Nádia Araújo Nascimento, Valtyennya Campos Pires Campos Pires
Autor Correspondente: Robéria Nádia Araújo Nascimento | [email protected]

Palavras-chave: ficção seriada, complexidade narrativa, imaginário cultural, paródias

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O texto expõe os resultados de uma pesquisa que analisou a Primeira e a Segunda Temporadas da série americana Lucifer. O objetivo foi compreender as simbologias e os arquétipos em torno do diabo disseminados no imaginário cultural (DURAND, 2002) através das representações populares (CHARTIER, 2002). Do ponto de vista metodológico, a realização de um Grupo Focal (COSTA, 2005) expandiu as impressões obtidas na Análise Narrativa (MOTTA, 2013) a fim de avaliar a percepção dos espectadores sobre os mitos cristãos reproduzidos na série. A observação dos episódios sinalizou que a imagem do diabo é desconstruída por paródias e paráfrases humorísticas (NOGUEIRA, 2010), nas quais o sarcasmo e o viés da ironia acentuam a complexidade narrativa (MITTEL, 2012). Quanto à apropriação estética, o protagonista aparece como um ser belo, dotado de personalidade sensível, contrariando os signos e os estereótipos comuns às identificações culturais (HALL, 2004) relativas ao diabo. Tais artifícios corroboram um processo narrativo não linear que embaralha as características da vilania e concede carisma ao anti-herói. Nesse sentido, a série subverte os códigos sociais compartilhados sobre a figura do diabo apelando à sensorialidade contraditória do gênero ficção, tanto no viés discursivo quanto no imagético.



Resumo Inglês:

The text presents the results of a research that analyzed the First and Second Seasons of the American series Lucifer, directed by Len Wise - man and written by Tom Kapinos. The objective was to understand the symbols and archetypes around the devil disseminated in the cultural imagination (Durand, 2002) through popular representations (Char - terer, 2002). From a methodological point of view, the realization of a Focus Group (COSTA, 2005) expanded the impressions obtained in the Narrative Analysis (MOTTA, 2013) in order to assess the viewers’ per - ception of the Christian myths reproduced in the series. Observation of the episodes signaled that the image of the devil is deconstructed by pa - rodies and humorous paraphrases (NOGUEIRA, 2010), in which sar - casm and ironic bias accentuate narrative complexity (MITTEL, 2012). As for aesthetic appropriation, the protagonist appears as a beautiful being, endowed with a sensitive personality, contrary to the signs and stereotypes common to cultural identifications (HALL, 2004) related to the devil. These devices corroborate a nonlinear narrative process that shuffles the characteristics of villainy and imparts charisma to the antihero. In this sense, the series subverts the shared social codes about the figure of the devil by appealing to the contradictory sensoriality of the fiction genre, both in the discursive and the imagetic bias.