O presente artigo, tecido pelas mãos das quatro artistas envolvidas no processo de pesquisa e criação do projeto Mar Aberto: confluências de vida e arte entre mulheres das águas, partiu da premissa de que escrever sobre cura só faria sentido se fosse, em si, um processo de cura. Ancoradas por esse princípio, o formato de cartas foi o escolhido por trazer o tom de intimidade e multiplicidade para as vozes das autoras que entregaram suas palavras como oferendas para as quatro grandes mães nas religiões de matrizes africanas, as Yabás Nanã, Oxum, Iansã e Iemanjá. Como parte do processo artístico e de pesquisa sobre mulheres que trabalham com a pesca artesanal em Santa Catarina, a força feminina das Yabás surge como rezo de transmutação e criação. Nessa partilha entre jornadas de cura e criatividade, confluem questões sobre o corpo, o fazer artístico e sobre o processo até agora vivenciado.
This article, crafted by the hands of four artists involved in the research and creation process of Mar Aberto: confluências de vida e arte entre mulheres das águas, started from the premise that writing about healing would only make sense if this was in itself a healing process. Grounded in this idea, the letter was chosen as a format for bringing the tone of intimacy and multiplicity to the voices of the authors who delivered their words as offerings to the four great mothers in African-based religions: the Yabás Nanã, Oxum, Iansã e Iemanjá. As a part of the artistic and research process about women who work with artisanal fishing in Santa Catarina, the Yabás feminine strength emerges as a prayer for transmutation and creation. During these shared journeys of healing and creativity will flow together questions about the body, artistic practices and the process experienced so far.
Este artículo, tejido por las manos de las cuatro artistas involucradas en el proceso de investigación y creación de Mar Aberto: confluências de vida e arte entre mulheres das águas, partió de la premisa de que escribir sobre curación solo tendría sentido si fuera un proceso curativo em sí mismo. Ancladas a este principio, se eligió el formato de carta porque traía el tono de intimidad y multiplicidad a las voces de las autoras que entregaran sus palabras como ofrendas a las cuatro grandes madres de las religiones africanas, las Yabás Nanã, Oxum, Iansã e Iemanjá. Como parte del proceso artístico y de investigación sobre las mujeres que trabajan con la pesca artesanal en Santa Catarina, la fuerza femenina de las Yabás surge como una oración por la transmutación y la creación. En este compartir entre caminos de sanación y creatividad, confluyen preguntas sobre el cuerpo, la práctica artística y el proceso vivido hasta ahora.