Este artigo apresenta as primeiras observações do projeto de pesquisa cujo campo de estudo é um trecho de praia da cidade do Rio de Janeiro considerado “amigável” a homossexuais: a Farme, em Ipanema. O objetivo é apontar a multiplicidade de “subcategorias” que se esconde sob a categoria “homossexual”, bem como as tensões que se estabelecem entre essas “subcategorias” a partir de aproximações e diferenças de corpo e performance entre gays do sexo masculino neste espaço de interação e relacional. Se as identidades, conforme Hall (2007), formam-se a partir das diferenças, segundo Goffman (2011), estas diferenças se aproximam e se repelem a partir das representações dos vários atores que interagem na Farme e seus arredores. E as fachadas estabelecem na praia um espaço territorializado de conflitos e transições, pondo em jogo o capital simbólico do que é ser “o” gay.