O artigo aborda ação extensionista desenvolvida em uma escola da Regional Barreiro (Belo Horizonte, MG), que se propôs em difundir a existência da UEMG para jovens pobres, negros e em contextos de vulnerabilidade social, visando favorecer o seu acesso ao ensino superior, com o objetivo de discutir a visão dos secundaristas sobre as licenciaturas. A intervenção foi estruturada num momento inicial de caráter mais informativo, seguido de roda de conversa com estudantes do ensino médio. Informados de que, na UEMG/Unidade Ibirité, todas as graduações são licenciaturas, e, no campus Belo Horizonte são ofertados cursos de licenciatura, tecnológicos e bacharelados em design, artes plásticas e música, os jovens revelaram-se frustrados, devido as expectativas sobre bacharelados altamente seletivos e prestigiosos, para os quais contam com a assistência estudantil. Mediante a possibilidade de não ingresso, foi possível constatar suas dificuldades em transpor essas aspirações para ações objetivas na realidade, carecendo de informações para a construção de projetos mais flexíveis. Nesse sentido, os poucos jovens que consideraram as profissões disponíveis na UEMG/Unidade Ibirité e campus Belo Horizonte relataram que familiares e amigos são professores, percebendo aspectos positivos da carreira. Esses resultados mostram que suas demandas de escolarização prolongada não se beneficiam da profissionalização compulsória no ensino médio e que a assistência estudantil é um fator central na percepção de autoeficácia para a concretização de seus projetos. Conclui-se que a atração dos jovens para a formação de professores e carreiras científico-tecnológicas em nível superior é um espaço relevante para a atuação da extensão universitária na educação básica.