QUEM SÃO E O QUE PENSAM? PERFIL E CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA SAÚDE SOBRE INTERSECCIONALIDADE

Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar

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ISSN: 1982-114X
Editor Chefe: Nelton Anderson Bespalez Corrêa
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde

QUEM SÃO E O QUE PENSAM? PERFIL E CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA SAÚDE SOBRE INTERSECCIONALIDADE

Ano: 2026 | Volume: 30 | Número: 1
Autores: Anna Luiza de Figueiredo Balieiro Mussoi, Bianca Uhmann Rigodanzo, Giulia Thaís Martil Marques, Sara Belmonte de Andrade Rodrigues, Janaina Marchi, Thiago Gargaro Zamarchi, Lenise Menezes Seerig
Autor Correspondente: Lenise Menezes Seerig | [email protected]

Palavras-chave: Indicadores de Desigualdade em Saúde, Educação em Saúde, Diversidade; Equidadem Inclusão, Health Inequality, Indicators, Health Education, Diversity, Equit, Inclusion, Indicadores de Desigualdad en Salud, Educación, Diversidad, Equidad, Inclusión

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este estudo analisou o conhecimento e as percepções de estudantes da área da saúde acerca das interseccionalidades, considerando marcadores sociais de gênero, raça, classe social e orientação sexual. Fundamentado na teoria da interseccionalidade de Crenshaw (1989), buscou-se compreender como diferentes formas de opressão se inter-relacionam e influenciam o acesso à saúde. Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado entre 2024 e 2025, com 997 estudantes de Odontologia, Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Nutrição de duas universidades, uma pública e outra privada, no âmbito do Programa PET-Saúde Equidade. Os dados foram coletados por questionário eletrônico e analisados por estatística descritiva e regressão de Poisson. Os resultados mostraram predomínio de estudantes do sexo feminino e cisgênero. A universidade pública concentrou maior diversidade étnico-racial, maior ingresso por cotas e menor renda familiar média, enquanto a privada apresentou maior proporção de estudantes brancos e beneficiários do ProUni. Em ambas, quase 90% reconheceram a importância da formação em interseccionalidades; contudo, apenas 27% definiram corretamente o conceito e menos da metade distinguiu adequadamente raça e etnia. Participação em ações formativas foi mais frequente na instituição privada, mas associações significativas mostraram maior envolvimento de estudantes da instituição pública, mulheres, bissexuais e alunos de Psicologia. Conclui-se que, embora exista elevado interesse pelo tema, persistem lacunas na formação acadêmica em saúde, reforçando a necessidade de transversalizar a abordagem das interseccionalidades nos currículos.



Resumo Inglês:

This study analyzed the knowledge and perceptions of health sciences students regarding intersectionality, considering social markers of gender, race, social class, and sexual orientation. Based on Crenshaw’s theory of intersectionality (1989), the study sought to understand how different forms of oppression interrelate and influence access to health. This was a cross-sectional observational study conducted between 2024 and 2025 with 997 students from Dentistry, Medicine, Nursing, Physiotherapy, Psychology, and Nutrition courses at two universities, one public and one private, within the PET-Health Equity Program. Data were collected through an electronic questionnaire and analyzed using descriptive statistics and Poisson regression. Results showed a predominance of female and cisgender students. The public university concentrated greater ethnic-racial diversity, more admissions through affirmative action, and lower average family income, while the private university presented a higher proportion of white students and ProUni beneficiaries. In both institutions, almost 90% recognized the importance of training in intersectionality; however, only 27% correctly defined the concept, and fewer than half adequately distinguished race from ethnicity. Participation in formative actions was more frequent in the private institution, but significant associations revealed greater involvement among public university students, women, bisexuals, and Psychology students. It is concluded that, despite the high interest in the subject, gaps remain in health education curricula, reinforcing the need to integrate intersectionality as a cross-cutting theme.



Resumo Espanhol:

Este estudio analizó los conocimientos y percepciones de estudiantes del área de la salud sobre interseccionalidades, considerando los marcadores sociales de género, raza, clase social y orientación sexual. Basado en la teoría de la interseccionalidad de Crenshaw (1989), se buscó comprender cómo diferentes formas de opresión se interrelacionan e influyen en el acceso a la salud. Se trata de un estudio observacional transversal, realizado entre 2024 y 2025 con 997 estudiantes de Odontología, Medicina, Enfermería, Fisioterapia, Psicología y Nutrición de dos universidades, una pública y otra privada, en el marco del Programa PET-Salud Equidad. Los datos fueron recolectados mediante cuestionario electrónico y analizados con estadística descriptiva y regresión de Poisson. Los resultados mostraron predominio de estudiantes mujeres y cisgénero. La universidad pública concentró mayor diversidad étnico-racial, más ingresos por acciones afirmativas y menor renta familiar promedio, mientras que la privada presentó mayor proporción de estudiantes blancos y beneficiarios del ProUni. En ambas instituciones, casi el 90% reconoció la importancia de la formación en interseccionalidades; sin embargo, solo el 27% definió correctamente el concepto y menos de la mitad distinguió adecuadamente entre raza y etnia. La participación en acciones formativas fue más frecuente en la institución privada, pero las asociaciones significativas mostraron mayor implicación de estudiantes de la universidad pública, mujeres, bisexuales y de Psicología. Se concluye que, a pesar del elevado interés en el tema, persisten lagunas en la formación académica en salud, lo que refuerza la necesidad de transversalizar la interseccionalidad en los planes de estudio.