Ao longo da história, as mazelas e precariedades habitacionais sempre acometeram milhões de pessoas no Brasil. Essa realidade também se materializa em Manhuaçu-MG, cidade marcada por uma herança coronelista, num contexto de resignação e "naturalização" da pobreza, sobretudo, a partir da desorganização política dos segmentos mais vulnerabilizados. As discussões propostas neste artigo têm como objetivo justamente traçar algumas considerações em torno da qualidade das habitações e as localidades de maior incidência de carências habitacionais no município. Procura estabelecer conexões entre a crise habitacional e processo de crescimento e urbanização da cidade, sobretudo, num contexto em que as ações e iniciativas adotadas têm assumido, em geral, um caráter meramente pontual ou sem bases sustentáveis necessárias à resolução deste problema. O que se observa é que tal situação requer a adoção de políticas públicas viabilizadoras de direitos sociais e de cidadania, promotoras de desenvolvimento social, econômico e ambiental da região.