Raça, esterilização feminina e arrependimento no nordeste brasileiro

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ISSN: 2595-315X
Editor Chefe: Maria Caroline Marmerolli Tresoldi
Início Publicação: 23/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Raça, esterilização feminina e arrependimento no nordeste brasileiro

Ano: 2002 | Volume: 10 | Número: 19
Autores: Hita, Gabriela Maria
Autor Correspondente: Gabriela Maria Hita | [email protected]

Palavras-chave: Gênero, Saúde reprodutiva, Esterilização, Raça, Trajetórias (curso) de vida

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A esterilização feminina foi um tema polêmico no início dos anos 90 no Brasil e ao interior de grupos negros. O perigo de um crescente risco de arrependimento desta prática era indicado como uma das principais contra-indicações. Neste trabalho de teor impírico se procura demonstrar a improcedência desta argumentação por encontrar ser este um problema quase inexistente em contextos de extrema pobreza do Nordeste brasileiro onde a prática da esterilização se apresenta como um protetor à saúde materno-infantil e não como um fator de risco ao arrependimento. Estre as mulheres pesquisadas, a grande maioria negra, a demanada insatisfeita pela esterilização indica ser ela um ato involuntário e muito desejado antes que imposto. A partir do estudo da trajetória reprodutiva de 41 esterilizadas em bairro popular da cidade de Salvador (encontradas a partir de survey a 120 domicílios) e de reflexão sobre a significação do termo arrependimento em grupo focal de 8 esterilizadas, o trabalho aponta para a necessidade de se problematizar e refletir melhor a forma de conceituar e medir o fenômeno do arrependimento.