Racionalidade neoliberal e empresariamento da vida em Michel Foucault

Revista Eros

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ISSN: 2357-8246
Editor Chefe: Fabrício Klain Cristofoletti
Início Publicação: 30/06/2013
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Filosofia

Racionalidade neoliberal e empresariamento da vida em Michel Foucault

Ano: 2020 | Volume: 2 | Número: Não se aplica
Autores: I. C. de BARROS
Autor Correspondente: I. C. de BARROS | [email protected]

Palavras-chave: Foucault. Liberalismo. Neoliberalismo. Subjetivação. Biopolítica.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem por objetivo investigar, à luz dos aportes teórico-metodológicos da genealogia do poder de Michel Foucault, os fatores que levaram à emergência do empresário de si como forma de subjetividade predominante no estágio atual do capitalismo. O neoliberalismo colocou em curso novos processos de subjetivação e produziu um novo modo de o indivíduo relacionar-se consigo mesmo. A normatização da concorrência fabrica indivíduos-empresas e os convida a atuar como tais em todos os níveis de sua existência. O empresário de si é um indivíduo moralmente responsável por conduzir-se pelo campo social, um “átomo” guiado pelos seus interesses próprios. A governamentalidade neoliberal ignora as desigualdades sociais, ao mesmo tempo em que visa defender o mercado e produzir condições sociais favoráveis à reprodução do homo oeconomicus. A análise foucaultiana realizada no curso Nascimento da Biopolítica (1979) nos fornece ferramentas valiosas para a compreensão do empresário de si e da precarização do trabalho como consequências diretas da governamentalidade neoliberal.



Resumo Inglês:

This paper aims to investigate the factors that led to the emergence of the entrepreneur of the self as a form of subjectivity prevalent in the current stage of capitalism. Neoliberalism started new processes of subjectification and produced a new way for individuals to relate to themselves. The regulation of competition manufactures individuals-companies and invites them to act that way at all levels of their existence. The entrepreneurs of the self are individuals morally responsible for conducting themselves in the social field, an “atom” guided by their own interests. Neoliberal governmentality ignores social inequalities at the same time that it aims to defend the market and produce social conditions favorable to the production of homo oeconomicus. The Foucaultian analysis carried out in The Birth of Biopolitics (1979) provides us valuable tools for understanding the entrepreneur self and the precariousness of work as direct consequences of neoliberal governmentality.