Este artigo tem como objetivo fazer uma leitura do papel social do escravo no Brasil regencial, destacando-se os aspectos feministas da luta da mulher negra contra o cativeiro e pela manutenção do núcleo familiar formado na colônia. O fio condutor será o livro Slave Life in Rio de Janeiro 1808 - 1850 (A vida escrava no Rio de Janeiro 1808 – 1850), tese de doutorado da pesquisadora norte-americana Mary Karasch. Ela é apontada por defensores de teorias feministas como aquela que fez o dever de casa de História do Brasil, contrariando o mito propagado por Gilberto Freire de que havia uma relação harmônica entre a casa grande e a senzala, o quepropiciava a possibilidade de ascensão social ao escravo brasileiro.