Racismo em Córdoba entre 1900 e 1915. A continuidade

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Início Publicação: 31/01/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Racismo em Córdoba entre 1900 e 1915. A continuidade

Ano: 2009 | Volume: 2 | Número: 3
Autores: Juan Manuel Zeballos
Autor Correspondente: Juan Manuel Zeballos | [email protected]

Palavras-chave: Racismo, Biologização, Branqueamento, Invisibilização, Negação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No final do século XIX e início do XX, algumas manifestações racistas expressadas através de
práticas discursivas ganharam força na sociedade argentina, em geral, e cordobesa, em particular. Na
província de Córdoba, tais discursos utilizados por – pelo menos – um sector da “elite” ligado à tradição
hispanista, católica e conservadora, o qual engrossava as filas da universidade e o governo, evocavam e
recuperavam o ideário social hierárquico da sociedade colonial, “o ordenamento social de castas”, em
momentos em que a denominada “questão social” tinha uma marcada presença. Na racialização de
nativos e afro-descendentes, fizeram uso de elementos próprios da ordem hierárquica colonial (a
estruturação da sociedade e as valorações sobre seus componentes étnicos) e aportes contemporâneos da
ciência (noções de determinismo geográfico, darwinismo social e antropologia criminal). Tanto os nativos
quanto os afro-descendentes – apesar de pequenos matizes – sofreram o mesmo padrão de racialização.
Ambos foram, em primeira instância, diferenciados e logo inferiorizados. A diferença deveu-se a fatores
fenotípicos. Mas devido à noção de “nação branca”, oficialmente a diferenciação tendeu a se diluir, o que
não significou que a inferiorizarão (desigualdade) desapareceu. Pelo contrário, continuou presente. Estes
grupos étnicos foram incorporados, desta maneira, à “sociedade branca”, mas – está claro – em seus
setores mais baixos. Já não se necessitava de uma marcada diferenciação, porque tais grupos não
representavam um problema importante de questionamento à ordem vigente.



Resumo Espanhol:

Hacia fines del siglo XIX y principios del XX ciertas manifestaciones racistas expresadas a
través de prácticas discursivas cobraron fuerza en la sociedad argentina - en general - y cordobesa - en
particular. En la provincia de Córdoba, dichos discursos esgrimidos por - por lo menos - un sector de la
“elite” ligado a la tradición hispanista, católica y conservadora, el cual engrosaba las filas de la
universidad y el gobierno, evocaban y recuperaban el ideario social jerárquico de la sociedad colonial: “el
ordenamiento social de castas”, en momentos donde la denominada “cuestión social”2 tenía una marcada
presencia. En la racialización de nativos y afrodescendientes confluyeron elementos propios del orden
jerárquico colonial - ya sea la estructuración de la sociedad y las valoraciones sobre sus componentes
étnicos - y aportes contemporáneos de la ciencia - nociones de determinismo geográfico, darwinismo
social y antropología criminal. Tanto los nativos y afrodescendientes - a pesar de pequeños matices -
sufrieron el mismo patrón de racialización. Ambos colectivos étnicos fueron en primera instancia
diferenciados y luego inferiorizados. La diferencia se debió a los factores fenotípicos. Sin embargo,
debido a la noción de “nación blanca”, oficialmente la diferenciación tendió a diluirse, lo cual no
significó que la inferiorización (desigualdad) desapareciera, por el contrario, se mantuvo presente. Estos
grupos étnicos fueron incorporados, de esta manera, a la “sociedad blanca” pero - claro está - en los
lugares más bajos de la misma. Ya no se necesitaba una marcada diferenciación porque tales colectivos
no representaban un problema serio de cuestionamiento al orden vigente.