Este trabalho analisa o texto da obra História Geral das Guerras Angolanas, escrita pelo cristão-novo português António de Oliveira de Cadornega, considerando as descrições, adjetivações e metaforizações que o autor atrela à rainha Ginga em sua obra. As complexidades da história de Angola, os contextos em que Cadornega estava inserido e ajudava a delinear, ou seja, as experiências de escrita do autor que atravessam o seu texto, serão aqui consideradas enquanto elementos que corroboram para que seja construído um sentido na obra de Cadornega, ou o permanecer em Angola e livrar-se dos jugos inquisitoriais que ocorriam em Portugal. Para tanto, os serviços administrativos e bélicos são arrolados pelo autor e, na tentativa de suprimir os insucessos, a rainha Ginga é caracterizada como odiosa a Portugal, que entravava os avanços do oficialato e conquistas lusas.
This paper analyses the text of the work História Geral das Guerras Angolanas, written by the Portuguese New-Christian António de Oliveira de Cadornega, considering the descriptions, adjectives and metaphorizations that the author attaches to queen Ginga in his work. The complexities of the history of Angola, the contexts in which Cadornega was inserted and helped to outline, that is, the author’s writing experiences that cross through his text, will be considered here as elements that acknowledge the construction of a meaning from Cadornega’s work, or the fact that he stayed in Angola to escape from the Inquisition’s subjections that occurred in Portugal. Therefore, the military and administrative services are listed by the author and, in an attempt to eliminate the failures, the queen Ginga is characterized as hateful to Portugal, making it hard for the advancement of Portuguese conquests and officialities