A raiva foi descrita pelo menos há 4 milênios e é uma das zoonoses mais antigas que se tem conhecimento. Todos os mamÃferos possuem células competentes para a replicação viral, sendo estes os únicos suscetÃveis ao vÃrus e os únicos capazes de transmiti-lo. Devido a sua evolução letal, ao elevado número de casos em humanos bem como de pessoas submetidas anualmente a tratamentos rábicos pós-exposição, a raiva continua sendo um problema mundial de saúde pública. A falta de sistemas adequados de informação e vigilância epidemiológica, na maioria dos paÃses, não permite o conhecimento da real magnitude do problema. O perÃodo histórico da raiva é longo, pois desde Aristóteles essa doença já era considerada como enfermidade contagiosa e, devido à mordedura de cães, era temida e conhecida como uma doença letal. Louis Pasteur proporcionou enorme progresso, que alcançou seu ponto culminante com a primeira vacinação de um ser humano em 1885, bem como a criação do Instituto Pasteur de Paris, em 1888. A cronologia da história natural da raiva nessa revisão demonstra os avanços nos descobrimentos sobre a doença desde sua origem.