O presente artigo tem o propósito de analisar documentos de natureza repressiva oriundos do Departamento de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo, DEOPS, órgão policial pertencente ao DOPS, fundado em 1924 no Brasil para fins de controle e vigilância de atividades, movimentos e indivíduos considerados suspeitos pelo Estado. A partir do Golpe de 1964, o órgão expandiu o seu campo de ação e adquiriu o comando da repressão aos indivíduos considerados “perigosos” à Segurança Nacional, doutrina formulada e colocada em prática pelos cinco governos militares que institucionalizaram o arbítrio e o terror. Entre os perseguidos, destacamos a trajetória política do ex-guerrilheiro e historiador, Daniel Arão Reis Filho, principalmente pela importância para compreendermos a passagem de muitos jovens que migraram da militância estudantil para a militância armada. Em conjunto com os documentos do DEOPS, analisamos os Processos da Justiça Militar relativos ao historiador, arquivados pelo Projeto Brasil Nunca Mais, pois, oferecem informações preciosas sobre o modo como operou a suspeição e condenação de homens e mulheres que lutaram contra o regime. Trechos de entrevistas do historiador também serão referenciados para compor o rastro de quem viveu e viu por dentro o emprego da tortura, principal engrenagem dos interrogatórios.
El presente artículo tiene el propósito de analizar documentos de naturaleza represiva oriundos del Departamento de Orden Política y Social del Estado de São Paulo, DEOPS, agencia de policía perteneciente a DOPS, fundada en 1924, en Brasil, destinado al control y vigilancia de la actividades, los movimientos y de los individuos considerados sospechosos por el Estado. A partir del Golpe de 1964, el órgano expandió su campo de acción y adquirió el comando de la represión a los individuos considerados “peligrosos” a la Seguridad Nacional, doctrina formulada y colocada en práctica por los cinco gobiernos militares que institucionalizaron el arbitrio y el terror. Entre los perseguidos, destacamos la trayectoria política del ex-guerrillero e historiador, Daniel Aarão Reis Filho, cuya importancia, nos permite comprender el pasaje de su militancia estudiantil para la militancia armada. En conjunto con los documentos del DOPS, analizamos los Procesos de la Justicia Militar relativos al historiador, archivados por el Proyecto Brasil Nunca Más, pues, ofrecen informaciones valiosas sobre el modo como operó la sospecha y condenación de hombres y mujeres que lucharon contra el régimen. Trechos de entrevistas del historiador también serán relacionados para componer el rastro de quien vivió y vio por dentro el empleo de la tortura, principal engranaje de los interrogatorios.