Com embasamento nos estudos feitos pelos pesquisadores Pierre Dardot e Chistian Laval, o presente artigo tece reflexões sobre o neoliberalismo configurado como uma racionalidade, que estrutura e molda todas as esferas sociais e as nossas subjetividades, por meio da lógica mercantil e da competitividade. A discussão inicial centra-se no agronegócio, como expressão da racionalidade neoliberal, impulsionado por técnicas de governamentalidade empreendidas pelo Estado, que acabam reproduzindo desigualdades sociais. Em contraposição, determinados grupos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais emergem ou persistem por uma outra razão de mundo, descrita pelos autores como a ideia do “comum”. Defende-se, a partir dos trabalhos desenvolvidos pelo Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, de Sapé/PB, que a agroecologia, aliada à educação para os povos do campo, são práticas contra-hegemônicas inventivas e criadoras como um modelo alternativo de organização que visa a ideia do “comum”.
Based on studies carried out by researchers Pierre Dardot and Chistian Laval, this article reflects on neoliberalism configured as a rationality that structures and shapes all social spheres and our subjectivities, through mercantile logic and competitiveness. The initial discussion focuses on agribusiness, as an expression of neoliberal rationality, driven by governmentality techniques undertaken by the State, which end up reproducing social inequalities. In contrast, certain groups and social movements emerge or persist for another reason for the world, described by the authors as the idea of the “common”. Based on the works developed by the Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, in Sapé/PB, it is argued that agroecology, combined with education for rural people, are inventive and creative counter-hegemonic practices as an alternative model of organization that aims at the idea of the “common”.
A partir de estudios realizados por los investigadores Pierre Dardot y Chistian Laval, este artículo reflexiona sobre el neoliberalismo configurado como una racionalidad que estructura y configura todas las esferas sociales y nuestras subjetividades, a través de la lógica mercantil y la competitividad. La discusión inicial se centra en el agronegocio, como expresión de la racionalidad neoliberal, impulsada por técnicas de gubernamentalidad emprendidas por el Estado, que terminan reproduciendo las desigualdades sociales. En cambio, ciertos organizaciones y movimientos sociales surgen o persisten por otra razón de mundo, descrita por los autores como la idea de lo “común”. Con base en los trabajos desarrollados por el Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, en Sapé/PB, se argumenta que la agroecología, combinada con la educación para la población rural, son prácticas inventivas y creativas contrahegemónicas como modelo alternativo de organización que apunta a la idea de lo “común”.
À partir des travaux menés par les chercheurs Pierre Dardot et Chistian Laval, cet article propose une réflexion sur le néolibéralisme configuré comme une rationalité qui structure et façonne toutes les sphères sociales et nos subjectivités, à travers la logique mercantile et la compétitivité. La discussion initiale porte sur l'agro-industrie, comme expression de la rationalité néolibérale, portée par les techniques de gouvernementalité engagées par l'État, qui finissent par reproduire les inégalités sociales. A l'opposé, certains groupes et mouvements sociaux émergent ou perdurent pour une autre raison du monde, décrite par les auteurs comme l'idée du « commun ». Sur la base des travaux développés par le Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, à Sapé/PB, il est avancé que l'agroécologie, associée à l'éducation des populations rurales, sont des pratiques inventives et créatives contre-hégémoniques en tant que modèle alternatif d'organisation visant à idée du « commun ».