Em 1878, com a vitória do Império Russo na Guerra Russo-Turca, um novo cenário se desenhava na geopolítica da Península Balcânica. Após quatro longos séculos de julgo otomano, os povos da península vislumbravam a possibilidade de um novo arranjo político. Contudo, embora teoricamente libertos do domínio de Istambul, os povos da península ainda não poderiam ser considerados como responsáveis por traçar as linhas de seu próprio destino. A estratégica localização da península – localizada na transição entre ocidente e oriente – tornavam a região um palco de disputa das grandes potências. Após 400 anos de controle por uma força externa, o destino dos povos da região estava novamente nas mãos de forças exógenas. Neste sentido, o presente trabalho se propõe a analisar o desenvolvimento do nacionalismo albanês dentro do conturbado e volátil cenário da Península Balcânica, durante a etapa final do século XIX e início do XX. A hipótese apresentada para a pesquisa é a de que o surgimento do nacionalismo albanês consiste em um movimento de caráter reativo, frente a um cenário de ruptura do status quo na região.
In 1878, with the victory of the Russian Empire in the Russo-Turkish War, a new scenario was drawn in the geopolitics of the Balkan Peninsula. After four long centuries of Ottoman judgment, the peoples of the peninsula envisioned thepossibility of a new political arrangement. However, although theoretically liberated from the dominion of Istanbul, the peoples of the peninsula still could not be considered as responsible for tracing the lines of their own destiny. The strategic location of the peninsula -located in the transition betweenWest and East -made the region a stage of dispute of the great powers. After 400 years of control by an outside force, the fate of the peoples of the region was again in the hands of exogenous forces. In this sense, the present work aims to analyze the development of Albanian nationalism within the troubled and volatile scenarioof the Balkan Peninsula during the final stage of the nineteenth and early twentieth centuries. The hypothesis presented for the research is that the emergence of Albanian nationalism consists of a movement of a reactive character, facing a scenario of rupture of the status quo in the region.
