Reabilitação pulmonar por teleatendimento em fibrose cística – relato de caso

Revista Brasília Médica

Endereço:
SCES Trecho 3 - AMBr - Asa Sul
Brasília / DF
70200003
Site: http://www.rbm.org.br/
Telefone: (61) 2195-9710
ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Reabilitação pulmonar por teleatendimento em fibrose cística – relato de caso

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Carolina Silva da Silva1, Bruno Fernandes Costa Ferreira2, Camila Vitelli Molinari3, Aline Barbosa Avelino4, Vera Lúcia dos Santos Alves5, Neiva Damaceno6
Autor Correspondente: Carolina Silva da Silva | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, teleatendimento, capacidade funcional

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A reabilitação pulmonar é parte do tratamento da fibrose cística (FC) e o teleatendimento é uma alternativa as barreiras de acesso a centros de reabilitação, principalmente em um período pandêmico. Modalidade de atendimento ainda é pouco descrita, assim o objetivo é relatar um caso de teleatendimento em FC.

DESCRIÇÃO: Participante com FC, 16 anos, sexo masculino, peso 51 kg, estatura de 182cm, IMC: 15,5 (z-3,09), irregularmente ativo (IPAQ), VEF1 52%, CVF 80% VEF1/ CVF 66%. Realizou avaliação que constava de teste de caminhada de seis minutos (TC6M), força de preensão manual (FPM) e qualidade de vida (SF-36) de forma presencial nos momentos pré e pós oito semanas de treinamento aeróbio, anaeróbio, técnicas de higiene brônquica, via Google Meet de 60 min, duas vezes por semana. As variáveis em repouso do TC6M foram: saturação periférica de oxigênio (SpO2) de 94%, frequência cardíaca (FC) de 131bpm, pressão arterial (PA) de 120x70mmHg, Escala de Borg Modificada de 3 e Duplo produto (DP) de 15.720. No 3º minuto, as medidas foram: SpO2 88% e FC 147bpm. No 6º minuto foram: SpO2 93%, FC 162bpm, PA: 130x70mmHg, Escala de BORG de 5, DP de 21.060 e distância percorrida de 450m. Na recuperação (7º minuto) houve redução da FC de 20bpm. A FPM da mão direita (dominante) foi de 25,3kg e 21,2kg na esquerda, com pontuação do SF-36 em 111 pontos. Após as oito semanas, as variáveis em repouso foram: SpO2 97%, FC 105bpm, PA 120x80mmHg, Escala de BORG de 4 e DP 12.600. No 3º minuto foram: SpO2 95% e FC 139bpm. Apresentando no 6º minutos SpO2 95%, FC 140bpm, PA 130x90mmHg, Escala de BORG em 5, DP de 18.200, distância percorrida foi de 685m e na recuperação (7º min) a FC reduziu 36bpm. O cálculo da distância percorrida previsto aponta 654m. A FPM do lado direito foi de 24.1kg e esquerda 27,2kg. Não houve mudança nos 111 pontos do SF-36 inicial.

DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS: Após protocolo de teleatendimento, houve aumento da distância percorrida em 235m, melhora da resposta cardiovascular avaliada a partir variação da FC entre 6º e 7º, redução da FC, DP no repouso e no 6º minuto. A redução da FC no minuto de recuperação do segundo teste sugere melhor resposta do sistema nervoso autônomo. A SpO2 apresentou redução de 6% no primeiro TC6M, sem queda significativa no segundo TC6M, corroborando com melhoras encontradas em outros estudos. A dificuldade em monitorar os exercícios e de realização das técnicas de remoção de secreções não foram impeditivas. O protocolo de teleatendimento parece ser viável mediante aos benefícios do acesso a um programa de reabilitação pulmonar.

CONCLUSÃO: No caso avaliado, o programa de reabilitação pulmonar por teleatendimento permitiu melhora da capacidade funcional, da resposta cardiovascular, ventilatória e força muscular periférica.