O estudo propõe uma reflexão sobre a dinâmica cotidiana da população de origem africana existente no Brasil no século XIX, e no seu interior, a análise das diferentes formas de organização coletiva desses sujeitos, considerando tal atividade associativa não apenas como recurso de sobrevivência ao sistema escravista, mas também como expressão da experiência africana de vida coletiva preservada e reinventada no movimento da Diáspora. A partir desse entendimento, destaca-se o caráter formativo ou educativo presente nos processos de constituição e atuação dessas organizações. Para visualizar tal fenômeno, tomamos o particular contexto da ProvÃncia de Pernambuco, tendo em vista seu papel significativo no trafico atlântico de escravos da Ãfrica ao Novo Mundo e onde a grande presença dessa população implicou no surgimento de diversas entidades negras e na circulação de valores e saberes diversos por dentro delas.