A Argentina, na década de 1970, foi palco de intensa movimentação social e política, cujo processo culminou no Golpe civil-militar de 1976. O governo de facto, seguindo os preceitos da Doutrina de Segurança Nacional, implantou o Terror de Estado (TDE) plasmando um clima de medo e insegurança onde praticamente o conjunto da população tornava-se potencialmente “subversiva”. A magnitude da violência institucional, dirigida a um nebuloso “inimigo interno”, pode ser exemplificada nas torturas e “desaparições” ocorridas nos “centros de detenção” clandestinos, transformados em autênticos campos de extermínio. E neste contexto crítico, de terror cotidiano e esfacelamento da malha social, uma parte dos cidadãos partiu ao exílio para garantir sua existência. Logo, este artigo tem por objetivo apresentar um panorama da fase mais repressiva e violenta da ditadura argentina (1976-1978), mediante a análise das práticas do TDE e suas sequelas deixadas nas subjetividades daqueles que se exilaram em função daquela conjuntura específica. Para tal aproximação foi utilizada, como fonte privilegiada, as memórias daquele tempo passado, na forma das narrativas (re)elaboradas por antigos emigrados e conjugadas na dinâmica do tempo presente.
In the seventies Argentina was a scenario of intense political and social movements whose process ended up with a civilian-military coup in 1976. The dictatorship followed the National Security Doctrine beliefs emanated from the US and it was responsible to install the so-called “State Terrorism” creating a fearsome atmosphere, where the vast majority of people were considered potentially subversive, seen as “enemies of State”. The magnitude of institutional violence, directed to a nebulous "enemy", may be exemplified by illegal detention, torture and disappearances occurred in dictatorship’s death camps. In this critical context, everyday terror provoked the disintegration of the social tissue and a part of the citizens went into exile to ensure their safety and mere existence. Therefore, this article aims to present a panorama of the more repressive and violent phase of the Argentine dictatorship (1976-1978) by analyzing the practices of state terrorism and its sequels in the subjectivities of those who were exiled in function of that particular juncture. For such approach we used, as a prime source, the memories of former emigrants in the form of oral narratives.
Argentina, en década de 1970, fue escenario de intenso movimiento social y político, cuyo proceso culminó en el Golpe civil militar de 1976. El gobierno, de hecho, bajo los preceptos de la Doctrina de Seguranza Nacional, implantó el Terror del Estado (TDE) constituyendo un clima de miedo e inseguridad donde prácticamente el conjunto de la populación se hacía potencialmente "subversiva". La magnitud de la violencia institucional direccionada a un nebuloso "enemigo interno", puede ser ejemplificada en las torturas y "desapariciones" ocurridas en los "centros de detenciones" clandestinos, transformados en auténticos campos de exterminio. Y en este contexto critico, de terror cotidiano y destrucción de la camada social, una parte de los ciudadanos partió al exilio para garantizar su existencia. Luego, estos artículos se proponen presentar un panorama de la fase más representativa del TDE y sus secuelas puestas en las subjetividades de aquellos que se exilaron en función de aquella coyuntura específica. Para esta cercanía fue utilizada, como fuente privilegiada, las memorias del tiempo pasado, en forma de narrativas (re) elaboradas por antiguos emigrados y conjugadas en la dinámica del tiempo presente.