Neste artigo problematiza-se a resolução de um exercício de Matemática da avaliaçãode larga escala do Programa Mais Alfabetização,realizado por um aluno com autismo em colaboração com a professora regente e a estagiária. Parte da problemática das políticas educacionais que preconizam a educação para todos, mas culmina na padronização da avaliação de desenvolvimento em decorrência do diagnóstico inicial da deficiência. A fim de tensionar a problemática e o objetivo proposto, fundamenta-se o estudo na teoria histórico-cultural do desenvolvimento humano,cuja compreensão de deficiência não está naquilo que falta ao sujeito, mas nas possibilidades oriundas do meio sócio-histórico-cultural. As investigações aconteceram durante o ano letivo de 2019 em uma escola municipal de educação básica, no segundo ano do Ensino Fundamental,com um aluno de 8 anos e com diagnóstico de autismo, de nome fictício Miguel.O recorte trazido é de um exercício da avaliação oficial do Programa,realizado pelo aluno em colaboração com a professora e a estagiária. Analisaram-se à luz da abordagem microgenética de naturezahistórico-cultural as situações de sala de aula, registradasmediante fotografia e diário de campo.Os resultados apontam para a resolução da tarefa avaliativa em colaboração,o que permitiu ao aluno comautismo participar da tarefa que era comum a todos da sala.Indicaram, também, a necessidadede se pensar uma escola mais democrática e colaborativa. Nas considerações finais, elencam-se alguns indicadores de desenvolvimento do aluno com foco nasdiscussões sobre o homem esobre afunção social da escola presentes na teoria histórico-cultural.
This article discusses the resolution of a mathematics exercise of the large-scale evaluation of the More Literacy Program, performed by a student with autism in collaboration with the regular teacher and the intern. It starts from the problematic of educational policies that advocate education for all but culminates in the standardization of developmental assessment due to the initial diagnosis of disability.The study is based on the cultural-historical theory of human development, whose understanding of disability is not in what the subject lacks, but in the possibilities arising from the socio-historical-cultural environment. The investigations took place during the 2019 school year in a municipal school of basic education, in the second year of primary schools, with an 8-year-old student diagnosed with autism, with the fictitious name Miguel. The cut brought is from an exercise of the official evaluation of the Program, performed by the student in collaboration with the teacher and the intern. Classroom situations were analyzed in the light of the microgenetic approach of cultural-historical nature, recorded through photography and field diary. The results point to the resolution of the evaluative task in collaboration, which allowed the student with autism to participate in the task that was common to all in the room. They also revealed the need to think of a more democratic and collaborative school. In the final considerations, some indicators of the student's development are listed with focus on discussions about the man and the social function of the school present in the cultural-historical theory.
En este artículo se analiza la resolución de un ejercicio de matemáticas de la evaluación a gran escala del Programa Más Alfabetización, realizado por un alumno con autismo en colaboración com suprofesoratitular y la pasante. Parte de la problemática de las políticas educativas que abogan por la educación para todos, pero culmina en la normalización de la evaluación del desarrollo debido al diagnóstico inicial de discapacidad. Elestudio se basa en la teoría histórico-cultural del desarrollo humano, cuya comprensión de la discapacidad no está en lo que le falta al sujeto, sino en las posibilidades que surgen del entorno socio-histórico-cultural. Las investigaciones se realizaron durante el ciclo escolar 2019 en una escuela municipal de educación básica, en el segundo año de primaria, con un alumno de 8 años diagnosticado con autismo. El corte aportado procede de un ejercicio de la evaluación oficial del Programa, realizado por el alumno en colaboración con suprofesorayla pasante. Las situaciones del aula se analizaron a la luz del enfoque microgenético de carácter histórico-cultural, registrado mediante fotografía y diario de campo. Los resultados apuntan a la resolución de la tarea evaluativa en colaboración, lo que permitió al alumno con autismo participar en la tarea que era común a todos en el aula.En las consideraciones finales, se enumeran algunos indicadores del desarrollo del alumno con foco en las discusiones sobre el hombre y la función social de la escuela presentes en la teoría histórico-cultural.
