A Amazônia tem uma dimensão discursiva e sua representatividade se constitui a partir das criações simbólico-literárias que por meio dos romances contribuem para a configuração imagética dessa região. Destaca-se neste estudo a narrativa etnográfica de Mario Vargas Llosa em sua obra El Hablador (1987). Nela é descrito um grupo indígena da Amazônia peruana a partir de duas visões, a do indígena e a de um jovem escritor do Peru que se encontra em Florença. Esta reflexão objetiva a análise das duas perspectivas apresentadas por Vargas Llosa com o intuito de ler a obra como enunciação sobre a Selva Amazônica peruana relacionada ao homem local, ao espaço geográfico, às tradições culturais e à natureza. El Hablador pode ser considerada uma narrativa de cunho etnográfico pois revela uma representação do indígena construída a partir dos procedimentos etnográficos de observação, recolecção e registro de dados.
Amazonia is a discursive construction and its representativeness is generated from the symbolicliterary creations through the novels that contributed to the imaginary recreation of the region. This work highlights the ethnographic narrative from Mario Vargas Llosa in his book El Hablador (1987). This Narrative describes an indigenous group from Peruvian Amazonia from two perspectives, indigenous community and from a young Peruvian writer, in Florence. This reflection aims to analyse the two optics, presented by Vargas Llosa, as an enunciation about the Peruvian Amazonian Forest assimilating it to local community, geographic area, cultural traditions and to the nature itself. El Hablador can be considered an ethnographic narrative as it reveals a representation of indigenous man clearly constructed by ethnographic observation and by data research and collection;