Voltando-se para a gestão do social recomendada pela Conferência de Alma-Ata, em
1978, o presente trabalho buscou desenvolver uma reflexão sobre como médicos de famÃlia
italianos vivenciam a relação saúde e sociedade na experiência de suas práticas. Trata-se de um
estudo de campo, de abordagem qualitativa e caráter exploratório-descritivo, realizado em 2007,
na ProvÃncia de Roma, Itália, com médicos de famÃlia italianos. Realizada na perspectiva da
bioética cotidiana, a análise revelou que a dimensão antropológico-social na experiência de
prática da medicina de famÃlia italiana depende do contexto no qual a prática se produz e que a
gestão social do risco, no âmbito individual, é um elemento constitutivo comum. Apreendeu-se
que ao tratar a relação saúde e sociedade tendo em vista uma dimensão moral, para uma prática
ética, cria-se a possibilidade de alimentar a utopia de fazer da atenção primária de saúde o centro
de sistemas nacionais de saúde.