O presente artigo visa reconstituir o debate entre economistas acerca da incapacidade do PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) em conformar uma base sólida de financiamento de longo prazo privada e nacional para a economia brasileira após o Golpe Militar de 1964. A ideia, portanto, é contrastar duas interpretações divergentes a respeito do fracasso do projeto dos bancos de investimento que visava prover novas fontes de financiamento para os investimento produtivos das empresas brasileiras.Conclui-se que, para os gestores do PAEG, a continuidade da inflação, o estatismo do mercado financeiro e a escassez de poupança impossibilitaram a expansão dos fundos privados de longo prazo. Por sua vez, os críticos do PAEG ressaltam que poupança não constitui pré-condição para a expansão do crédito. Assim, o fracasso da tentativa de dinamização dos empréstimos de longo prazo decorre de alguns traços estruturais do desenvolvimento capitalista brasileiro (tais como a baixa propensão das empresas privadas nacionais e estrangeiras ao uso de recursos de terceiros para financiar o investimento) e da opção política do Governo Castello Branco pela aliança com o capital financeiro internacional.