Regimes de verdade, regimes de governamentalidade: uma análise foucaultiana sobre o estatuto da família

ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste

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ISSN: 2358-5587
Editor Chefe: Marcos Aurélio da Silva
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia

Regimes de verdade, regimes de governamentalidade: uma análise foucaultiana sobre o estatuto da família

Ano: 2018 | Volume: 5 | Número: 9
Autores: Esmael Alves de Oliveira, Simone Becker
Autor Correspondente: Esmael Alves de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Estatuto da família, Conjugalidades, Biopolítica, Foucault.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo visa refletir sobre alguns pressupostos presentes no Projeto de Lei (PL) 6583/2013, de autoria do deputado Anderson Ferreira do PR/PE, e que ficou conhecido como Estatuto da Família. Tomando como inspiração as reflexões de Michel Foucault acerca da biopolítica, desejamos apontar, a partir de uma análise do discurso, de que modo se constroem narrativas que pretendem uma verdade sobre sujeitos e suas práticas. Afinal, como o poder disciplinar atualizado no século XXI segue operando tanto na constituição de sujeitos quanto na elaboração de subjetividades senão a partir de uma biopolítica sobre o corpo, sobre a vida e que se assegura justamente por uma discursividade que se pretende transparente e desinteressada? Portanto, ao propormos uma política do corpo e da vida a partir do discurso institucionalizante do PL, buscamos encarar os limites, contradições e arbitrariedades de um regime de verdade que pautado em noções de direito e cidadania tende a desqualificar, invisibilizar e deslegitimar sujeitos, corpos, suas práticas e relações.



Resumo Inglês:

This article aims to reflect on some assumptions present in the Bill of Law (PL) 6583/2013, authored by deputy Anderson Ferreira from PR / PE, and which became known as the Family Statute. Taking as inspiration the reflections of Michel Foucault about biopolitics, we want to point out, from an analysis of the discourse, how narratives are constructed that intend a truth about subjects and their practices. After all, how does the disciplinary power updated in the 21st century continue to operate both in the constitution of subjects and in the elaboration of subjectivities, if not from a biopolitics about the body, about life and which is guaranteed precisely by a discourse that is intended to be transparent and disinterested? Therefore, when proposing a body and life policy based on the institutionalizing discourse of the PL, we seek to face the limits, contradictions and arbitrariness of a regime of truth that based on notions of law and citizenship tends to disqualify, make invisible and delegitimize subjects, bodies , their practices and relationships.



Resumo Espanhol:

Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre algunos supuestos presentes en el Proyecto de Ley (PL) 6583/2013, escrito por el diputado Anderson Ferreira de PR / PE, y que se conoció como el Estatuto de la Familia. Tomando como inspiración las reflexiones de Michel Foucault sobre biopolítica, deseamos señalar, a partir de un análisis del discurso, cómo se construyen las narrativas que pretenden una verdad sobre los sujetos y sus prácticas. Después de todo, ¿cómo continúa funcionando el poder disciplinario en el siglo XXI tanto en la constitución de sujetos como en la elaboración de subjetividades, si no desde una biopolítica sobre el cuerpo, sobre la vida y que está garantizada precisamente por un discurso que pretende ser transparente y desinteresado? Por lo tanto, al proponer una política de cuerpo y vida basada en el discurso institucionalizador del PL, buscamos enfrentar los límites, contradicciones y arbitrariedad de un régimen de verdad que, basado en nociones de derecho y ciudadanía, tiende a descalificar, hacer invisible y deslegitimar sujetos, cuerpos. , sus prácticas y relaciones.



Resumo Francês:

Cet article vise à réfléchir sur certaines hypothèses présentes dans le projet de loi (PL) 6583/2013, rédigé par le député Anderson Ferreira de PR / PE, et qui est devenu connu sous le nom de statut de la famille. En s'inspirant des réflexions de Michel Foucault sur la biopolitique, nous souhaitons souligner, à partir d'une analyse du discours, comment se construisent les récits qui visent une vérité sur les sujets et leurs pratiques. Après tout, comment le pouvoir disciplinaire mis à jour au XXIe siècle continue-t-il de fonctionner à la fois dans la constitution des sujets et dans l'élaboration des subjectivités, sinon d'une biopolitique du corps, de la vie et qui est précisément garantie par un discours qui se veut transparent et désintéressé? Par conséquent, lorsque nous proposons une politique du corps et de la vie basée sur le discours institutionnalisant du PL, nous cherchons à faire face aux limites, aux contradictions et à l'arbitraire d'un régime de vérité qui, basé sur des notions de droit et de citoyenneté, tend à disqualifier, rendre invisible et délégitimer des sujets, des corps , leurs pratiques et leurs relations.