Relação entre achados videonasolaringoscópicos e pH-metria esofágica em crianças com manifestações clínicas de refluxo extra-esofágico

Arquivos Internacionais De Otorrinolaringologia

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ISSN: 18094872
Editor Chefe: Prof. Dr. Geraldo Pereira Jotz
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Relação entre achados videonasolaringoscópicos e pH-metria esofágica em crianças com manifestações clínicas de refluxo extra-esofágico

Ano: 2009 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: Neide Fatima Cordeiro Diniz Oliveira, Rocksane Carvalho Norton
Autor Correspondente: Neide Fatima Cordeiro Diniz Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: crianças, desordens respiratórias e otorrinolaringológicas, refluxo gastroesofágico, ph-metria, videonasolaringoscopia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Introdução: O diagnóstico de refluxo gastroesofágico, principalmente nos pacientes com manifestações atípicas, tem merecido
crescente importância.
Objetivo: Relacionar achados videonasolaringoscópicos à pH-metria esofágica prolongada, em crianças com manifestações
clínicas de refluxo extra-esofágico.
Método: Estudo clínico prospectivo transversal, onde foram avaliadas 44 crianças de um a 12 anos de ambos os gêneros,
através da videonasolaringoscopia. Todas submetidas à pH-metria para pesquisa de refluxo oculto por terem
apresentado episódios de otites, sinusites, asma, laringites e/ou disfonia nos últimos 12 meses.
Resultados: Das 44 crianças, 15 (34%) apresentaram pH-metria normal e 29 (66%) alterada. Dentre as 29 com pH-metria
alterada, 19 (65,5%) eram meninos e 10 (34,5%) meninas. Não houve diferença com significado estatístico entre
gênero e positividade da pH-metria, apesar da discreta predominância de ocorrência na população masculina.
Todas as crianças tinham adenoides menores que 75% da coluna aérea do cavum. Seis apresentaram secreção
purulenta em cavidades nasal. Oito (18%) tinham nódulos em pregas vocais, sendo que cinco (11%) delas tinham
pH-metria alterada e três (7%) normal. Foi encontrado pelo menos uma alteração à videonasolaringoscopia em
80% das 15 crianças com pH-metria normal e em 89,7% das 29 que tinham pH-metria alterada.
Conclusão: A prevalência da doença do refluxo gastroesofágico em crianças com afecções respiratórias e otorrinolaringológicas
de repetição foi alta. Entretanto, os dados obtidos não demonstraram diferença com significância estatística (p<
0,05) entre os achados videonasolaringoscópicos, associados ou não ao refluxo gastroesofágico, comprovado
por pH-metria. Portanto, não foi demonstrada relação entre refluxo gástrico ácido patológico e alterações
videonasolaringoscópicas.



Resumo Inglês:

Introduction: The gastroesophageal reflux diagnosis, mainly in patients with atypical manifestations, has been receiving
increasing importance.
Objective: To relate the nasolaryngoscopic findings with prolonged pH probe esophageal monitoring in children with
clinical manifestations of extra-esophageal reflux.
Method: Transversal prospective clinical study, in which we evaluated 44 children from one to 12 years old, of both
genders, by means of nasolaryngoscopy. All were submitted to pH probe monitoring for research of hidden
reflux due to cases of otitis, sinusitis, asthma, laryngitis and/or dysphonia in the last 12 months.
Results: Out of 44 children, 15 (34%) presented with normal pH monitoring and 29 (66%) with altered monitoring. Out
of 29 with altered pH monitoring, 19 (65.5%) were boys and 10 (34.5%) were girls. There was no statistically
significant difference between gender and the positive results of pH monitoring, in spite of a discreet predominance
of occurrence in the male population. All children had smaller adenoids than 75% of the cavity of concha aerial
column. Six presented with purulent secretion in nasal cavity. Eight (18%) had nodes in vocal cords and five
(11%) of whom had an altered pH monitoring and three (7%) of whom were normal. We found at least one
alteration upon nasolaryngoscopy in 80% of the 15 children with normal pH monitoring and in 89.7% of the
29 who had an altered pH monitoring.
Conclusion: The prevalence of gastroesophageal reflux in children with recurrent respiratory and otorhinolaryngological
affections was high. However, the data obtained didn’t show any statistically significant difference (p<0.05)
among the nasolaryngoscopic findings, associated or not with gastroesophageal reflux, confirmed by pH monitoring.
Therefore, no relationship was found between the pathological gastric acid reflux and nasolaryngoscopic alterations.