A relação entre a experiência do escuro e a produção de sentido

Tríades em Revista

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ISSN: 19840071
Editor Chefe: Dra. Vera Lúcia Nojima
Início Publicação: 22/06/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

A relação entre a experiência do escuro e a produção de sentido

Ano: 2019 | Volume: 8 | Número: 2
Autores: Bárbara Futuro, Luiza Novaes
Autor Correspondente: Bárbara Futuro | [email protected]

Palavras-chave: teoria do silêncio, escuro, experiência imersiva, theory of silence, darkness, immersive experience

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo aborda, em caráter introdutório, a relação entre ambiente e linguagem na experiência do escuro, utilizando como base teórica linhas de pensamento filosófico como a fenomenologia de Merleau-Ponty, a hegemonia da visão de Pallasmaa, a teoria do silêncio de Orlandi, e o estruturalismo de Barthes, dentre outras. O estudo visa entender se e como a experiência imersiva com a privação de um dos sentidos afeta os processos de significação do indivíduo. Dos anos 1980 para os dias atuais, as funçõescognitivas deixaram de ser consideradas mecanismos puramente intelectuais para darem espaço a uma abordagem que integra a corporalidade e o meio em que o indivíduo está inserido. Neste estudo, a noção de percepção desenvolvida na fenomenologia de Merleau-Ponty é utilizada para apresentar a relação entre ambiente e linguagem. Partimos do pressuposto que o ambiente físico funciona como contexto mental para os processos de significação dos indivíduos inseridos nele. Consideramos ainda que, nos processos de significação, a palavra e a imagem atuam da mesma maneira, domesticando o sentido. Tendo como referência o estudo de Eni Orlandi sobre o silêncio, propomos uma abordagem do escuro como espaço de subjetividade, como incompletude necessária para o trabalho da imaginação na produção de sentido.



Resumo Inglês:

This article introduces, in an introductory way, a relationship between environment and language, in the experience of the dark, usingas a theoretical basis philosophical thoughts such as Merleau-Ponty's phenomenology, the hegemony of Pallasmaa's view, the theory of silence of Orlandi, and Barthes' structuralism, among others. The study aims at understanding if and how an immersive experience, in deprivation of one of the senses, affects the signification processes of the individual. From the 1980's to the present day, cognitive functions gradually became accepted as more than purely intellectual mechanisms, leaving space for an approachthat integrates the corporality and the environment in which the individual is inserted. In this study, the perception notion developed in Merleau-Ponty phenomenology is adopted to present a relationship between environment and language. We assume that the physical environment functions as a mental context, in the meaning processes of the individuals inserted in it. We also consider that, in the meaning processes, the word and the image act in the same way, domesticating meaning. Based on the study of Eni Orlandi on silence, we propose an approach to the dark as a space of subjectivity, as incompleteness necessary for the work of imagination in the production of meaning.