Este artigo se propõe a analisar como em “Dona Flor e seus dois maridos†a xilogravura e as cantigas se cruzam para exprimir o desenvolvimento psÃquico da personagem “Florâ€, descobrindo-se uma viúva em crise pela convivência conflituosa entre a identidade que a sociedade lhe impõe e aquela que sua própria vivência lhe faz descobrir. A intenção, portanto, é se demonstrar como esta obra se caracteriza como um romance dialógico em que as linguagens se interpenetram de modo a se tornarem vozes da personagem ,seja como expressões de memória de sustentação do luto, seja como representações de uma consciência em crise por conta da gradativa queda deste luto. Predomina, portanto, neste trabalho, o olhar sobre Jorge Amado como regente de linguagens que faz de sua obra um romance dialógico cujas manifestações populares são fonte estética criativa do enredo em constante entrelaçamento com as vozes das personagens.