Estudos apresentam evidências de que são vários os fatores que podem influenciar na qualidade do apego entre pais e filhos adotivos, em particular quando envolve crianças com histórico de longa permanência em abrigos e instituições similares. O tema tem sido ainda pouco explorado pela literatura cientÃfica, considerando que são raros os estudos que propõem a discussão da formação do apego nesse contexto especÃfico. Entre as realizadas nas últimas décadas, está a sugestão de que são importantes os efeitos para o desenvolvimento do tempo que a criança passou no convÃvio com figuras de referência na famÃlia de origem e em instituições de acolhimento infantil antes de ser adotada. Desse modo, estudos têm apresentado um conjunto de fatores que podem favorecer ou inibir a formação do apego nessas relações, mas poucos destacam a disponibilidade da criança adotada tardiamente, assim como de seus novos cuidadores, para essa forma de vinculação. Este artigo cumpre assim com o propósito de apresentar referências bibliográficas que ilustram a produção sobre o tema e oferecem subsÃdios para esse debate na contemporaneidade.