Este artigo analisa o modo como frequentemente os
raps narram conflitos sociais baseados em emoções como o
ódio, revolta e outras semelhantes. Essas emoções são aquelas
que muitos rappers dizem sentir devido a pobreza econômica na
qual eles vivem. Na concepção desses artistas a escassez social
gera formas de violência contra os moradores das periferias.
Dessa forma, existe entre os rappers, uma visão na qual concebese
que para barrar essa desigualdade social, precisa-se de força
gestual, postura de enfrentamento, seriedade no modo de cantar
e comportamentos de hostilidade. Esses modos de atuar são
requisitos encontrados principalmente nas representações de
masculinidade. Dessa maneira, o homem estaria mais preparado
para essa luta contra a desigualdade social do que as mulheres.
Na medida em que as pessoas do gênero feminino são
concebidas no campo do rap como delicadas, sentimentais,
preocupadas demais em falarem do mundo privado, amoroso,
ou seja, dotadas de emoções frágeis; elas não serviriam para
questionar uma estrutura social baseada em diversas formas de
violência. Essa visão sobre as mulheres presente no cenário do
rap, contribui para que raramente elas participem com a mesma
assiduidade desse campo artÃstico, bem como no sentido de
ocupar um papel significativo nesse gênero musical. Entender as
emoções presentes nas mulheres como inferiores no mundo
social, colabora para a manutenção e reprodução da
desigualdade social e polÃtica entre os homens e as mulheres em
um contexto periférico.
This paper intends to examine how often the raps
narrate social conflict based on emotions such as hate, anger
and other similar. These emotions are those that many rappers
say feel due to economic poverty in which they live. In the
design of these artists lack social generates forms of violence
against the residents of the suburbs. This way, exists between
rappers, a vision in which conceives that spreads this social
inequality, need strength, posture of confrontation, seriousness,
behaviors of hostility and harsh words. These modes of working
are requirements found in representations of masculinity. This
way, the man would be more prepared for this fight against the
social inequality of women. To the extent that the people of the
female are designed in the field of rap as delicate, sentimental,
weeping, desirous of remaining on talk of the world, loving, i.e.
with fragile emotions; they don't serve to question a social
structure based on various forms of violence. This vision about
women present in the rap scene, contributes to that rarely they
participate with the same artistic assiduity in that field, as well as
to occupy a significant role in this musical genre. Understand
emotions present in women as inferior in social world,
collaborates for the maintenance and reproduction of social and
political inequality between men and women in a peripheral
context.