Relações entre comunicação, estética e política: tensões entre as abordagens de Habermas e Rancière

Revista Compolítica

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ISSN: 22364781
Editor Chefe: Emerson Urizzi Cervi, Ricardo Fabrino Mendonça, Viktor Chagas
Início Publicação: 31/03/2011
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Comunicação

Relações entre comunicação, estética e política: tensões entre as abordagens de Habermas e Rancière

Ano: 2011 | Volume: 1 | Número: 2
Autores: Ângela Cristina Salgueiro MARQUES
Autor Correspondente: Ângela Cristina Salgueiro MARQUES | [email protected]

Palavras-chave: comunicação, estética, política.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ao comparar as visões de Jürgen Habermas e Jacques Rancière a respeito da comunicação, da estética e da
política, pretendo evidenciar que a formação de uma comunidade política expressa a tensão entre o próximo
e o distante, o semelhante e o dessemelhante, o próprio e o impróprio. Ela mostra as fissuras e fragmenta a idéia do grande corpo social protegido por certezas partilhadas e amplamente unido por princípios
igualitários previamente acordados e quase nunca colocados à prova. Ao recuperar os conceitos habermasianos de “mundo da vida” e “comunidade ideal de fala”, contrastando-os às noções de “desentendimento” e “comunidade de partilha” elaboradas por Rancière, argumento que a constituição de
uma comunidade política deve revelar que a partilha de um mundo comum é feita, ao mesmo tempo, da
tentativa de estabelecer ligações entre universos fraturados e da constante resistência à permanência desses vínculos.



Resumo Inglês:

The aim of this paper is to compare Jürgen Habermas’ and Jacques Rancière’s views regarding
communication, aesthetics and politics, in order to evidence that the formation of a political community
express the tension between the familiar and the strange, the proper and the improper, the friend and the
enemy. This formation process shows the gaps and breaks up the idea of the great social body protected by
shared certainties and strongly unified by egalitarian principles previously accorded and almost never
challenged. The habermasian concepts of “world of the life” and “ideal community of speak” are confronted
to the notions of “dissensus” and “community of share” elaborated by Rancière, to show that the
constitution of a political community must disclose that the partition of a common world is made, at the
same time, of the attempt to establish bonds between broken universes and of the constant resistance to the permanence of these bonds