Nos últimos anos, as demandas em torno do reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo têm ganhado grande visibilidade no debate político em vários países do mundo. O presente texto propõe refletir sobre as intricadas e complexas relações entre cultura e política a partir da análise das temáticas da cidadania, direitos sexuais e, mais especificamente, sobre a polêmica em torno do “casamento gay”. A partir do debate acadêmico e de resultados preliminares da pesquisa de doutorado que desenvolvo atualmente no Brasil e na África do Sul, tentarei demonstrar como a questão da nomenclatura atribuída nos textos legais a estas uniões (união civil, parceria civil ou casamento) refere-se não só ao leque de direitos concedidos, mas também ao estatuto simbólico conferido a estas uniões. O texto busca também contribuir com o debate e a reflexão mais amplos em torno da garantia de direitos e do reconhecimento legal destes “novos” arranjos conjugais.