A Internacional Situacionista foi um movimento político-cultural que, durante as décadas de 1950 e 1960, colocou o espaço urbano como foco de um projeto de transformação social. Os acontecimentos de maio de 1968 foram o ponto culminante dessa tentativa de combinação entre revolução política e revolução cultural. O propósito desse artigo é contribuir para uma reflexão a respeito da herança das propostas e práticas da Internacional Situacionista. A base para essa reflexão será a diferenciação estabelecida por Debord entre a cidade-história e a cidade-espetáculo. Será levado em consideração, ainda, o contexto contemporâneo, onde os espaços urbanos são fundamentais para o processo mundial de acúmulo de capital, e quando a produção cultural está cada mais vez mais integrada a esse processo. A existência de produções culturais questionadoras do status quo será pensada tendo em vista esse contexto.
The Situationist International was a political-cultural movement that, during the 1950s and 1960s, placed urban space as the focus of a project of social transformation. The events of May 1968 were the culmination of this attempt to combine political revolution with cultural revolution. The purpose of this article is to contribute to a reflection on the heritage of the proposals and practices of the Situationist International. The basis for this reflection will be the differentiation between city-history and city-show as established by Debord. It will also take into account the contemporary context, in which urban spaces are fundamental to the global process of capital accumulation, and when cultural production is increasingly integrated with this process. The existence of cultural productions that question the status quo will be considered in this context.
