Uma análise criteriosa da família no Brasil é reveladora de uma evolução no modelo e nas funções atribuídas à família, desde a sociedade escravocrata até os dias atuais. Num primeiro momento, a família era vista como núcleo conjugal de autoridade masculina e com forte função econômica e política. No século XIX, essas funções permanecem e o modelo conjugal passa a contemplar a função afetiva, com predomínio da dupla moral sexual. A partir da década de 1970, a família adquire status de unidade social de reprodução do trabalhador; donde a inserção feminina no mercado de trabalho é influenciada não só por esse mercado, mas também e principalmente pela posição que ela ocupa na fa mília e a classe social à qual pertence.