O presente trabalho propõe uma leitura do poema “Posandoâ€, do livro Pampa
pernambucano: poesia, imagens, e-mails, de Beatriz Viégas-Faria, a partir da
identificação e análise das relações intertextuais e interartÃsticas, através das presenças
confessas (pintura A cega, de Gil Vicente) e inconfessas, a fim de se desvelar o processo
criativo da autora. Esse trabalho tem como aporte as teorias do filósofo francês Gaston
Bachelard e de pressupostos relativos à Literatura Comparada. O poema (assim como o
livro como um todo) tem um caráter singular por vários motivos, dentre eles poderÃamos
destacar sua natureza indubitavelmente comparatista e o declarado encantamento pela
obra pictórica do pintor Gil Vicente, a qual constitui-se como principal elemento de
confluência. A análise do poema pressupõe que as confluências confessas e inconfessas
difratam, ampliam os significados para o leitor, assim como revela que a estratégia da
forma de Beatriz Viégas-Faria resulta em um texto poético que consiste em uma metáfora
do ofÃcio de escrever valendo-se de relações intertextuais e interdisciplinares.
The present study analyses Beatriz Viégas-Faria’s poem “Posandoâ€, in her book
called: Pampa pernambucano: poesia, imagens, e-mails. It starts analyzing the
intertextual and interartistic relations to understand the author’s creative process. The
poem (as the whole book) has singular characteristics for several reasons, mainly because
of the comparative nature and Beatriz Viégas-Faria’s passion by Gil Vicente’s pictorial
works. The analysis of the poem presupposes that the confluences enlarge the
significances to the reader, and reveals that Beatriz Viégas-Faria’s strategy of the form
results in a poem-metaphor about writing using intertextual and Interdisciplinary
relations.