A década de 1990 foi marcada por muitas transformações sociais, das quais se delinearam novas relações de trabalho, novas tecnologias, novas relações diplomáticas, novos movimentos sociais e novas formas de atuação do Estado. Durante esse perÃodo, surge um tema que se tornou fundamental em nosso cenário, a diversidade cultural, a qual tem sido discutida, enfaticamente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, no que se refere ao debate educacional brasileiro e as orientações das polÃticas públicas para a educação. Neste artigo, buscou-se analisar duas principais fontes primárias geradas na esfera da Unesco, sendo: o Relatório Delors intitulado como Educação: um tesouro a descobrir e o Relatório Cuéllar intitulado como Nossa diversidade criadora. Nas duas fontes observadas, identificou-se a correlação entre cultura e desenvolvimento (CUÉLLAR, 1997) e do papel fundamental da educação em promover o desenvolvimento (DELORS, 1999). Ademais, buscou-se solucionar questões a priori levantadas, nas quais consistem alguns conceitos, como: cultura, desenvolvimento econômico e humano, equidade, diversidade cultural e qual a relação que a educação estabelece frente a essas temáticas? Portanto, a grande crÃtica que se destaca é a de que as polÃticas públicas e práticas das instituições escolares preconizam a diversidade cultural e a educação de todos e de qualidade orientada pelas agências internacionais, mas será que as articulações moralistas destas preconizam, de fato, os ideais estabelecidos como a promoção de direitos educacionais a todos, o respeito à diversidade diante de uma sociedade que exclui e causa desigualdades por toda extensão do capitalismo?