Este trabalho apresenta as marcas na vida de mulheres do século XX, em Portugal, identificando-as como formas de aprisionamento de corpo e mente. O livro Novas cartas portuguesas (1975) relata os ressentimentos e as situações de isolamento contra o corpo feminino, corpo esse que se sujeita a anulação a partir de um patriarcado imposto pela sociedade ou a submissão religiosa imposta pelos costumes familiares. Para dialogar com tais ideias destacamos a obra da autora Gayatri Chakravorty Spivak, Pode o subalterno falar? (2010), que norteará nossa discussão acerca do posicionamento das personagens femininas presentes na obra. Observa-se também a falta de cuidados de uma mulher para com a outra, até mesmo dentro de um mesmo âmbito familiar. Por fim, foi feito uma reflexão sobre as mulheres que se encontravam em situação de fraqueza e sem poder de autoridade sobre suas vidas, apenas sendo vistas como um corpo sem mente e alma. Mulheres que têm como lar uma prisão física, emocional e até mesmo os dois confinamentos ao mesmo tempo. Palavras-chave: Mulher; Anulação; Patriarcado; Prisão.