Esse artigo se fundamente basicamente nas reflexões de Peter Berger e a sua teoria sociológica da religião. As ponderações do autor sobre a natureza da realidade social colocam a cultura e os processos de construções subjetivas e sociais do mundo, como a atividade humana objetivada em cada instituição (família, religião, governo, povos) e que por isso oferece ao ser humano um mundo para habitar. O sucesso da vida em sociedade depende da afirmação do referencial coletivo de plausibilidade, o que acontece pelo processo de socialização. A simetria entre a consciência individual e a consciência coletiva faz com que o indivíduo se reconheça como participante da sociedade e da cultura com seus modos de viver e seus valores. No desenvolver das culturas, as religiões tiveram grande influência, pois ofereciam um discurso de plausibilidade centrado no divino. O desenvolvimento das sociedades e as mudanças econômicas afetaram a relação das culturas e dos indivíduos com a religião. Uma vez enfraquecida a capacidade reguladora das religiões e os processos tradicionais de identificação, a mobilidade se instaura e a religião torna-se uma questão de escolha do indivíduo. A religião tem sim, um lado cultural, mas a religiosidade é parte integrante da essência humana. A religiosidade é um processo dinâmico que ajuda a refletir sobre os centros de valor e de poder que sustentam a vida. Ela antecede a religião e, por isso, não pode ser chamada de religião, transcende a religião e a fundamenta, mas nem por isso pode ser reduzida a mera infraestrutura subjetiva da religião objetiva, ela transcende o indivíduo e a própria sociedade.
This article is based primarily on the reflections of Peter Berger and his sociological theory of religion . The weights of the author about the nature of social reality place culture and the processes of subjective and social constructions of the world , as the objectified human activity in each institution ( family, religion, government, people ) and therefore offers the human being a world to inhabit. The success of society depends on the affirmation of the collective framework of plausibility , what happens at the socialization process . The symmetry between the individual consciousness and the collective consciousness makes the individual is recognized as a member of society and culture with their ways of life and their values . In developing cultures , religions were influential because they offered a discourse centered on the divine plausibility . The development of societies and economic changes affected the relationship of cultures and individuals with religion . Once weakened the regulatory capacity of religions and traditional processes of identification , mobility is established and religion becomes a matter of individual choice . Religion has rather a cultural side , but religion is an integral part of the human essence . Religion is a dynamic process that helps to reflect on the centers of value and power that sustain life . It precedes religion and therefore can not be called a religion, transcends religion and founded, but by no means can be reduced to mere subjective infrastructure of objective religion, it transcends the individual and society.