Nestes apontamentos procuramos assinalar a necessidade de reflexão sobre a construção dos papeis sociais de sexo – esta construção não se dá de forma aleatória, mas com um objetivo político, econômico e ideológico de subjugar e objetificar a mulher, responsabilizando-a pela reprodução da força de trabalho no capitalismo, assim como da família monogâmica, heterossexual e conservadora. Ressaltamos aqui o papel da religião na propagação da ideia de submissão da mulher, seus vínculos com a sociabilidade capitalista e o Estado, tendo um importante papel na perpetuação de papeis sociais de sexo, da subalternidade, da objetificação e da violência contra a mulher. Concluímos ser um desafio para os profissionais reconhecer os instrumentos de dominação e opressão que perpassam o cotidiano das mulheres, bem como romper com o conservadorismo, em especial o religioso. Isto só é possível com a apreensão crítica da realidade e com a construção de direcionamento político e ideológico para o trabalho profissional, que se coloque na perspectiva dos direitos e da luta pela emancipação humana. Indicamos que as reflexões trazidas aqui são introdutórias, mas apontam a necessidade de intensificar estudos e pesquisas que aprofundem a análise de categorias como alienação e ideologia, as raízes do conservadorismo religioso e como ele se reatualiza nos dias atuais, bem como o exame crítico do crescimento da bancada evangélica no Congresso.