Os debates que tiveram lugar sobre a “Pachamama” e a relação entre o Cristianismo e as espiritualidades da “Mãe Terra”, durante o último Sínodo da Amazônia, só podem ser esclarecidos reconectando a Revelação e o que a tradição chamou de “o livro da criação”, ou de “religiões naturais”. Simone Weil, diante da crise do racionalismo moderno, percebeu a necessidade de renovar o diálogo entre mito e razão, criação e revelação. Por isso o seu pensamento é precioso para nós, porque já naquela época, e ainda hoje, a tendência idólatra e mais ameaçadora já não é aquela que habitava o antigo “paganismo”, mas o desses novos ídolos contemporâneos que são os poderes econômicos, tecno-científicos e políticos. Portanto, “Logos” e “Muthos” devem ser vistos menos como ramos de um dilema e mais como dois princípios cujo Verbo Encarnado une e transcende no mistério da Encarnação.