A cafeicultura mineira registrou na ultima década uma sucessio de preços que remuneram a atividade, Chegando a registrar em 2002 o menor preço recebido pelos produtores nos últimos 30 anos. Desta forma, o período de 1995 a 2004 caracterizou-se por uma brutal transferência de tenda dos cafeicultores, e em especial dos produtores de Minas Gerais (o maior produtor nacional), para as empresas internacionais compradoras do produto e para os países consumidores. A partir da análise das condigöes de evolução da produção e da tecnologia adotada pelos produtores tradicionais de café, o presente artigo tem como objetivo analisar a rentabilidade obtida do café do sul de Minas Gerais (maior região produtora do estado). A investigaqäo foi realizada por meio da análise do custo médio de produto, das relações de troca e dos valores de venda do produto, e suas implicações no desempenho econômico de lavouras de café arábica que utilizam um sistema tradicional de produção.
Pretende-se através desta análise, sensibilizar as diversas lideranças que representam os segmentos da cadeia de produção do café em Minas Gerais; os poderes públicos, produtores e técnicos envolvidos com a atividade, visando formulação de políticas públicas e privadas, que minimizem a ocorrência dos efeitos danosos ocorridos neste período e sua repetição num futuro próximo.