A disputa polÃtica com a área de estudos organizacionais (EO) pela liderança em pesquisa e ensino em
administração iniciada nos anos 1960 nos Estados Unidos e a proliferação de escolas de pensamento nos anos
1980 resultaram em questionamentos acerca da relevância da área de estratégia. A globalização neoliberal e seus
discursos impulsionaram a construção da relevância da área por meio de crescente especialização e
internacionalização; mas questões de poder e polÃtica continuam sendo desprezadas pela literatura dominante.
Este quadro ajuda a explicar o subdesenvolvimento de pesquisa em redes estratégicas, o problema de relevância
das escolas de negócios no mundo anglo-americano, e a resistência de pesquisadores no Brasil e outros paÃses Ã
literatura dominante. A análise mostra que pesquisas em redes estratégicas em economias emergentes devem
contemplar questões de poder e polÃtica, em perspectiva crÃtica que desafia assimetrias acentuadas pelo avanço
do neoliberalismo, para produzir conhecimento relevante para estrategistas de empresas e do governo e para a
sociedade. No Brasil pesquisadores das áreas de estratégia e de EO devem valorizar e reforçar a proximidade
entre essas áreas e promover desenvolvimentos interdisciplinares com áreas como geografia, sociologia global e
relações internacionais, e em especial com a literatura de redes baseada em economia polÃtica internacional.