O mal – punho de ferro no rosto da humanidade – é um mistério inescrutável. Nunca atingiremos o fundo do seu horror nem conseguiremos mergulhar até o fim da sua profundidade. Mas isso não significa que não deva ser pensado, como tantas vezes se disse e se repete. Ou que a maneira de abordá-lo seja imutável. O mistério não é algo absurdo e contraditório. Pode, portanto, ser pensado. E não fazê-lo seria apenas um pretexto para a inércia mental. O mistério é algo que não tem fundo. Eis por que exige sem cessar novas aproximações, insuficientes sempre, mas necessárias. Cabe a nós mostrar a coerência de tais aproximações. Por isso cada época tem que buscar a sua resposta, procurando estar à altura dos desafios concretos.