Este artigo tem como objetivo analisar as representações que os técnicos em enfermagem, atuantes na hemodiálise, tem sobre a morte; quais são as consequências dessa representação para o seu cotidiano de trabalho e quais são as suas reações emocionais diante deste acontecimento. Com tal intuito, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com nove técnicos em enfermagem da ClÃnica de Doenças Renais, em São João Del-Rei - MG. Percebe-se, através dos relatos dos entrevistados, que o binômio vida/morte sempre perpassa o discurso dos profissionais. Sabe-se que a hemodiálise é um tipo de tratamento que coloca em questão a possibilidade de morte do paciente a todo instante. Sendo assim, atenta-se para a relação enfermeiro-paciente numa perspectiva ora de humanização ora de racionalização das emoções. O morrer pode vir acompanhado de crenças na finitude da existência ou na possibilidade de continuidade da vida após a morte. A rotina, o dia a dia e o cumprimento dos procedimentos acabam mascarando a vivência dos sentimentos ligados à perda de um paciente. A morte do paciente muitas vezes implica em sentimentos de culpa, impotência e tristeza para os enfermeiros, favorecendo o surgimento de uma série de mecanismos de defesa para lidar com o fato.