Este trabalho busca compreender, narrativa e esteticamente, o sentido de verdade no cinema documentário do diretor alemão Werner Herzog, trazendo o conceito de “Verdade Extática” (em alemão Ekstatische Wahrheit) cunhado pelo próprio cineasta para pensar seu espaço e tempo fílmicos. Entende-se essa condição de verdade como inimiga do meramente factual e que nos remete a essência vinda do êxtase no sentido da palavra grega ekstasis (ir para fora de si mesmo). Apresenta-se alguns elementos identificados no léxico narrativo-visual que representam a verdade herzoguiana e apreende, como explicita o cineasta, o estado de sublimidade em que algo mais profundo se torna possível. Pensamos o trabalho documentário do diretor a partir da relação estabelecida entre o artista e o cinema e consideramos o gênero documentário como uma representação do mundo via confrontação, o que, portanto, serve para as finalidades da arte e configura atos criativos do fazer cinematográfico.